30 outubro 2006

Primeira vez que contei

Lembro-me da primeira vez que contei a alguém que era gay.

Estava de ferias em Lisboa, onde tinha tirado a minha licenciatura e onde conhecera pessoas maravilhosas, que ainda o são e que continuam a ficar na minha memória, no meu coração e na minha vida. Estava com dois amigos recentes, que nada sabiam da minha vida privada. Partilhávamos a casa de ferias, mas a liberdade de movimentos era gigantesca, cada um fazia o que queria.

A primeira pessoa a quem resolvi contar foi a uma dessas amigas. Àquelas a quem sempre me referi como a “minha irmã que não é de sangue”, a S.

Ela, apesar de estas a trabalhar naquela altura (Agosto), tinha sempre tempo para estar comigo no final do dia, quer para tomar uma bebida, quer para jantar. Aquela ligação com a S era tão forte e intensa, que me incomodava e perturbava cada dia mais o facto de lhe mentir. Pois para mim o não lhe contar quem eu era, era como mentir-lhe.

Alguns perguntarão: “quem eu era?” Claro que eu era a mesma pessoa, mas havia um pormenor que me fazia ser diferente, pois tinha que lhe mentir e/ou omitir muitas situações e episódios da minha vida. Por isso sempre achei que eu não era e não sou a mesma pessoa quando escondo a minha sexualidade. Como alguém escreveu há pouco num blog: até parece que temos dupla personalidade. E isto eu decidi há três anos atrás que não o volto a fazer com as pessoas que amo.

Numa daquelas tardes de ferias, por telefone, combinamos jantar num bom restaurante. Queria que a minha primeira revelação fosse marcante. Fomos a um bom restaurante em Lisboa. Jantamos. Durante todo o jantar tentei induzir a “conversa”, mas parecia que ela sabia onde queria ir e desviava-a sempre.

Até que o momento chegou: “S, tenho uma coisa sobre a minha vida para te contar; não quero que te afastes de mim, que me entendas, que sou sempre a mesma pessoa; só que estou cansado de te mentir e tu não mereces que eu te faça isso…” Refiro-me àquele discurso que todos ensaiamos para contar a alguém pela primeira vez.

Reacção: impávida e serena, resolveu responder-me que não era novidade, que já desconfiava, que o que sentia por mim não iria sofrer alterações. Foi muito bom ouvi-la dizer aquelas coisas. Mas os dias seguintes eram totalmente antagónicos a tudo aquilo.

Esteve sempre muito ocupada no resto das minhas férias. Sem tempo nem para um café. Apenas a voltei a ver no dia da minha partida, para se despedir e dizer-me que precisou daquele tempo para digerir e assimilar aquela novidade. Apesar daquilo ter soado muito estranho, demonstrava o quanto eu era importante para ela. Como quando dizemos a um irmão e ele, apesar de desconfiar, preferia que nunca lhe tivessem confirmado.

Ainda hoje ela é a minha “irmã que não é de sangue”. Adoro-a.

29 outubro 2006

O ciúme II

Outra situação em que o maldito ciúme se intrometeu nas nossas vidas aconteceu quando o meu amor se ausentou do país pela primeira vez em trabalho.

Ele teve de ir ao Brasil em trabalho, acompanhado por um grupo de colegas, durante uma semana inteira.

Eu fui levá-lo ao aeroporto e regressei a nossa casa. Ao chegar, deparei-me com algo que era novo para mim: a solidão. Apesar de ter passado muitos anos da minha vida a viver sozinho, aquela solidão era algo novo para mim. Era a primeira vez que me encontrava sozinho sem ele. O adormecer no sofá já não fazia sentido. Estar deitado na cama era algo estranho. Inclusive sentar-me à mesa para jantar.

Mas tinha que suportar. Tudo corria bem, até ao dia em que, após lhe ter ligado varias vezes e ter enviado varias mensagens sem resposta, o maldito ciúme começou a apoderar-se de mim. Lembro-me de ter começado a imaginar várias situações possíveis: desde estar a “divertir-se” com alguém do grupo ou até ter encontrado alguém interessante pelas terras brasileiras.

Como devem imaginar, quando me foi possível saber noticias dele (por ele mesmo) as minhas emoções estavam ao rubro. As trocas de mensagens foram muito destrutivas entre ambos. De tal forma, que quando regressou, a tempestade instaurada foi difícil de ultrapassar. Mas ultrapassou-se.

Bem sei que ele tinha razão quando me dizia que eu também poderia traí-lo por cá. Eu estava sozinho. Poderia ir onde queria e ele nunca viria a saber. Mas eu achava que eu podia fazê-lo, porque o amava demais para isso. Mas o meu egoísmo era tanto que até parecia que ele não me amava da mesma forma.

Felizmente tudo se resolveu. Infelizmente este não foi o único nem último episódio da nossa vida em que o maldito ciúme quase destruiu a nossa relação.

28 outubro 2006

Aniversary


Desculpem a demora em postar, mas amanhã é o nosso terceiro aniversario juntos. Foi uma semana cheia de trabalho e também de preparação para a surpresa que vou fazer ao meu amor. Só quando lá chegarmos é que ele vai perceber para onde vamos.

É para aqui que o vou levar.

23 outubro 2006

O ciúme

A nossa vida ia decorrendo, com momentos menos bons financeiramente, como a todas as pessoas. Pelo menos é o que queremos acreditar, pois sentimo-nos melhor sabendo (ou pensando) que os outros estão igualmente a passar por momentos difíceis. Mas tudo se resolvia. Esses momentos, apesar de algo dolorosos, iam-se ultrapassando.

Outras situações tornavam-se mais complicadas e difíceis de ultrapassar quando surgiam. Nomeadamente o destruidor de muitos casais: o ciúme. Este maldito sentimento que se apodera de mim de vez em vez e que consegue despoletar o desequilíbrio que entre nós existe.

Varias vezes este maldito se apoderou de mim. Assim como do meu amor. Mas seria difícil medir em qual dos dois ele teve maior efeito ou qual dos dois sabe/soube lidar melhor com as situações.

A primeira vez que este malvado nos atacou de forma grave e intensa, foi quando meu amor trabalhava para uma empresa que o obrigava a ausentar-se da cidade várias vezes à semana, vindo sempre dormir a casa. E passou-se da seguinte forma.

Eu comecei a receber mensagens no telemóvel de um número que não estava registrado na minha agenda e que referiam frases acerca do meu amor, como por exemplo: “gostava de tomar um café contigo, pois acho-te bonito… não sei o que vês nesse com quem andas, pois anda a pôr-te os cornos… queria apenas fazer sexo contigo uma vez… ele não presta, anda a enganar-te…” Entre outras estas eram as que mais me incomodavam. Todas as vezes que eu ligava, essa pessoa não me atendia. Apenas comunicava-mos por mensagens. Eu partilhava tudo o que estava a acontecer com o meu amor.

Numa das vezes, como tantas outras, em que eu trocara de carro com o meu amor, para ele se deslocar para fora, eu encontrei a carteira dele no carro e resolvi, contra todos os princípios de respeito e boa educação, revistar a mesma. E eis que encontro um cartão de telemóvel com o número de onde recebia as mensagens.

Afinal era o meu amor quem se dava a todo aquele trabalho. Depois de muito pensar, resolvi entrar no jogo dele sem lhe dizer nada. Aquilo era um jogo que se poderia tornar perigoso. Resolvi começar a responder às mensagens de forma concordante e insinuante.

O jogo foi-se prolongando até que um dia fui forçado a confrontá-lo com a situação. Inicialmente negou a verdade da mesma, até que acabou por confirmar tudo e justificar. O medo que eu o traísse era tão grande que resolvera testar-me.

Naquele dia, e apesar daquilo ter sido algo bom interiormente para mim, fiz-lhe uma promessa de amor: que aquele receio dele nunca se iria concretizar; que eu lhe seria sempre fiel e quando o não quisesse ser estaria (e estou) confortável para lho dizer e pedir para fazermos algo diferente; que ele próprio me deu este conforto. Que mais poderia eu pedir?

Interiormente foi algo bom, pois é sempre bom descobrirmos que o nosso amor nos ama tanto ao ponto de fazer aquele tipo de barbaridades.

Mas outras foram as vezes que o maldito ciúme nos atacou ao ponto de provocar algo que nos parecia irremediável.

21 outubro 2006

Quero agradecer a todos os comentários que têm feito neste blog. É sempre muito bom saber que estamos a ser lidos e que, de alguma maneira, os outros interferem nas nossas vidas e nós na deles. Obrigado pela preocupação que alguns de vocês têm demonstrado com o nosso bem estar.

Vamos continuar a contar os episódios que têm recheado as nossas vidas.

Obrigado a todos.

18 outubro 2006

Tremores meus... ou temores?

Eu disse-lhe que não me sentia à vontade, que preferia não fazê-lo. Os meus medos eram mais que muitos. Eram e estavam muito intensos. Ao mesmo tempo também o desejo falava alto. Aquele homem era atraente, evidentemente, era charmoso e sedutor.

O meu amor estava muito confortável na situação e disse-me que eu tomasse a decisão. O que eu decidisse, era bom para ele.

Mais alguns minutos de conversa e o desejo apoderou-se do eu racional e sugeri subirmos ao quarto. Mal chegados a este, ficamos os três na cama e começamos por nos beijar e despir, enquanto as nossas mãos percorriam os corpos uns dos outros. Rapidamente ficamos nus.

O desejo apoderava-se de todos nós. Eu e o meu amor procuramos rapidamente o pau da felicidade daquele homem, que se apresentava grande e potente. Ambos quisemos prová-lo. Metemo-lo na boca e provamos. Saboreamos.

Ele quis penetrar o meu amor. Assim fez, mas aquela imagem de o ver por trás do meu amor, a expressão de prazer que o mau amor transluzia, deixou-me louco de ciúmes. A minha erecção, que já não era grande, perdeu-se naqueles segundos. A dor que se apoderou do meu coração era tão intensa que me estava a matar gradualmente.

Aquilo aniquilava-me aos poucos. Eu queria acabar com aquilo ali mesmo, naquele instante. Como quando vemos um animal a pisar o nosso roseiral e rapidamente o espantamos para o não danificar. Mas a educação não me permitia ser incorrecto com aquele senhor. Afinal ele tinha sido um “senhor” desde o início até ali. Eu só estava ali porque eu quis. A nada fui forçado.

Segredei ao ouvido do meu amor para terminar rápido. Queria embora. Assim o fez, mas o desejo dele tinha mais poder sobre ele que eu. Quando o outro ejaculou, fomos ao banheiro e seguidamente fugirmos dali o quanto antes.

Rapidamente saímos. A despedida foi um tanto antipática da minha parte. Mas o pior foi depois de termos dali saído. As lágrimas apoderaram-se de mim como flechas espetando-se no meu corpo. Cada lágrima que caía dos meus olhos eram chagas que eu iria carregar na minha vida.

Certo que ele tentou acalmar-me, dizendo-me que nada sentiu. Que para ele era apenas sexo, mas eu apenas me lembrava da expressão de prazer que ele tinha. Os ciúmes foram demasiado fortes, intensos, dolorosos.

Este era um jogo muito perigoso de se jogar. Os riscos emocionais são (descritos na literatura desta área) demasiado elevados. E para mim eram demasiado importantes para serem jogados. Ali ou em qualquer outra circunstância.

Prometemos um ao outro que aquele episódio não se voltaria a repetir nem com aquele homem nem com qualquer outro. Deixaríamos os nossos desejos e impulsos reflectirem-se apenas dentro da nossa cama, a dois, falados a dois, sentidos apenas a dois.

Aquele era definitivamente um jogo que eu não queria voltar a jogar. Aquelas imagens estiveram durante muito tempo a ruminar os meus pensamentos. Invadiam-nos sem autorização.

O certo é que, ainda hoje, quando eles se apoderam de mim, a dor e o sofrimento fazem questão de se associarem a essas memórias.

16 outubro 2006

Tremores meus

Ali vivemos durante um ano.

Ali recebemos os nossos amigos. Ali nos amamos. Ali tivemos as nossas gatinhas. Ali estávamos a construir a “nossa” família. Ali tivemos as nossas crises de ciúmes, que quase destruíram a nossa relação.

Ali tivemos a nossa primeira e única experiência sexual com um terceiro. Há muito tempo que falávamos nisso. O meu amor dizia-me que faria tudo para que eu fosse feliz, para me fazer feliz, mas tudo não passava de conversas apenas. Ele sabia que eu gostava de sexo a três. Que já o havia feito no meu passado e que era algo que me excitava e dva bastante prazer. Assim como a ele.

Muitas noites acedemos à net, teclávamos com estranhos, criamos uma pagina de perfil num site de encontros. Sempre falamos muito sobre isso. Ambos queríamos fazê-lo, mas sempre que a conversa com alguém se tornava mais quente, rapidamente eu queria terminá-la por ali e apagar o indivíduo do nosso msn.

Apoderava-se de mim um sentimento horrível de perca, sentia sensações que me perturbavam muito. Pensar em partilhar o meu amor com alguém era, cada vez que qualquer atitude demonstrava proximidade da situação, impensável para mim. Sabia que os ciúmes seriam muito fortes. O medo de o perder era horrível. Imaginar que ele se poderia apaixonar pelo outro deixava-me louco de ciúmes.

Numa dessas noites em que teclávamos com alguém da região, a conversa foi-se tornando agradável. Era uma pessoa simpática. Bem formada. Educada e que, com subtileza, sabia conduzir a conversa ao tom sexual, tornando-a interessante e agradável. Chegou a ligar a webcam para nos mostrar o equipamento com que tinha sido beneficiado pela natureza.

Após muito tempo de conversas e convites insistentes por ele feitos, houve uma noite que acedi a um desses convites. Fomos ao encontro dele na sua casa. Era já noite e véspera de dia de trabalho. Homem maduro, simpático, bem parecido, algo atraente e bom conversador e educado. Recebeu-nos bem.

Conversamos durante bastante tempo. Fui honesto com ele e referi que apesar do impulso que ali nos trouxera, não me sentia seguro em avançar. Ao que recebi que a nada era obrigado e que simplesmente poderíamos construir uma boa amizade a partir dali.

Aquilo relaxou-me. A determinada altura ele teve de se ausentar da sala onde nos recebera. E o meu amor e eu conversamos sobre o assunto que ali no levara.

14 outubro 2006

O novo cantinho

Procuramos outra casa ao mesmo tempo que aguardávamos uma proposta da imobiliária. Encontramos uma nova casa em poucos dias. Nova para nós, mas um pouco velha em idade. Não importava. O que queríamos era o nosso cantinho. E parecia que o tínhamos conseguido.

Foi numa aldeia perto da nossa cidade. Era alugada directamente ao proprietário. Um senhor de faces rosadas, daquelas que pareciam ser de quem gostava de beber uns tintóis. Não nos enganávamos.

Tinha três quartos, um wc, uma sala e uma cozinha com lareira. Tudo estava bom. Acabadinha de ser pintada de branco. Porque não? O que queríamos, como já dissemos, era o nosso cantinho. Alugamos e rapidamente mudamos.

Continuávamos com os mesmos escassos móveis que tinham sido gentilmente emprestados. A cama era do senhorio. Daquelas em ferro branco e com bolas de loiça pintadas com umas rosas, no meio das barras de ferro. Era lindo!!!!

A nossa “amiga”, que muito jeito tem para as decorações, fez o favor de nos dar umas dicas e transformar aquelas tristes divisões em espaços acolhedores e agradáveis.

Agora parecia que tínhamos acertado no nosso cantinho.

A vizinhança era agradável. Simpática. E, como não podia deixar de ser, alcoviteira. Estávamos numa aldeia de Portugal... Mas nunca interferiram nas nossas vidas.

O nosso primeiro andar estava por cima de um cafezinho minúsculo, mas que muito jeito deu e onde as pessoas da rua se encontravam ara tomar café ao final das refeições e fazer serão no final do dia. Na esplanada que ficava mesmo por baixo da varanda da nossa sala. Não imaginam as vezes que ouvimos falar de nós mesmo nas nossas barbas. Felizmente nunca ouvimos um comentário depreciativo.

O mais caricato eram as especulações que faziam a nosso respeito. Eu era o “Dr”, até porque havia pessoas na aldeia que trabalhavam na mesma instituição que eu e rapidamente se soube. O meu lindo era o “engenheiro”. Nunca percebemos o porque, mas estava bem assim. Sempre demonstravam respeito.

Quando tomávamos café no cafezinho da terra, era simplesmente delicioso ouvi-los falar conosco e dizer-nos “o seu primo…” ou “o seu colega…” ou “o seu amigo…”

Tínhamos, por vezes, vontade de dizer-lhes para se decidirem.

Mas como todos os prédios, o nosso era também contemplado com “a cusca “ do sítio. Ao final de algumas poucas semanas de estarmos a viver ali, houve uma reunião de condomínio, à qual não fomos, pois era da competência do senhorio. Mas no dia seguinte à mesma, tivemos a única surpresa da “cusca”.

Ela referira, publicamente, que os vizinhos do 1º esq faziam muito barulho de gemidos de madrugada, por volta das 3h00.

Aqui descobrimos que era ela a “cusca”. Pois nós vivíamos no 1º esq e ela no 3º esq. Como era possível que ela nos ouvisse gemer? Ainda por cima de madrugada? Muitas questões poderiam ser levantadas a este respeito. Mas rapidamente percebemos que o problema da senhora eram as saudades que tinha do tempo em que o marido lhe provocava aqueles gemidos…

Como soubemos isto? O pobre senhorio teve de falar conosco e dizer-nos este recado no dia seguinte. Foi delicioso ver a cara mais encarnada que um tomate e o timbre da voz que tremia e gaguejava ao informar-nos e pedir-nos para sermos mais silenciosos.

Em conclusão, o melhor desta experiência foi sentir e perceber que ao fim de um ano nada disto alterava o comportamento da vizinhança e/ou do senhorio em relação a nós. Mas o nosso alterou-se com esta vizinha, que nunca mais consegui ver a cor dos meus dentes e o quanto eles poderiam ter amarelado ao longo do ano.

O Regresso

Regressamos de férias e voltamos ao trabalho.
Passaram alguns dias quando demos com um episódio inédito. Estava eu no trabalho, quando o meu lindo me liga a dizer para ir imediatamente a casa, pois estava uma senhora dentro da casa, que havia entrado com chave própria.

Fui logo a casa ver de que se tratava. Era a proprietária da casa. Residia noutra cidade. Tinha vindo passar uns dias à terra natal e resolvera ir ver a casa. Mas utilizou a chave própria para a ver. O meu lindo estava de boxers quando ela entrou. A maluca quis foi ver de quer feito o meu lindo.

Ao perguntar-lhe o que fazia ali e tentar-lhe dizer que tinha procedido de forma errada ao entrar sem questionar se havia alguém na casa, descobrimos que a senhora era desprovida de educação.

Começou por ignorar o que eu lhe falava e apenas referia que estávamos a usar o quarto que era dela e ela não autorizava. Assim como não autorizava a utilização da sala de estar. Conforme falava, a minha irritação aumentava e ela ainda acrescentava que a partir de Setembro ela iria passar a estar em casa aos fins de semana e, pior, que iria emprestar a casa a umas amigas para passarem os fins de semana do Inverno seguinte na terra.

Tudo aquilo fervilhava dentro de mim. Confrontada com o arrendamento através de imobiliária, referia que apenas tinha cedido o apartamento para arrendar um quarto com serventia de cozinho e wc. Não tinha sido esse o contrato com a imobiliária.

Obviamente que rapidamente se telefonou ao senhor que nos tinha alugado a casa, que apareceu em poucos minutos. Ambos foram confrontados com a situação e a solução foi: nenhuma. Ela insistia nos seus argumentos e ele nada pôde fazer.

Um mês depois de termos alugado a casa estávamos a ver que teríamos de correr o risco de estar a fazer amor na sala e, repentinamente, sermos visitados pela senhoria e/ou pelas amigas, que logo ficariam roídas de inveja pela que iriam ver.

Exigimos ao senhor da imobiliária que nos encontrasse outra casa nas mesmas condições e nos mesmos valores. Ou que nos devolvesse a caução.

Tínhamos até ao final do mês para encontrar outra casa.

03 outubro 2006

Sitges

Chegamos a sitges ao final do dia. Fizemos o check in no aparthotel e resolvemos relaxar um pouco. As nossas ferias haviam começado naquele momento.

As nossas primeiras férias juntos. Com uma “amiga”, mas era como se “ela” não estivesse lá. Nessa primeira noite, no final de jantar, fizemos a primeira incursão à noite da vila. Queríamos conhecer tudo e saber onde ir e onde a nossa “amiga” pudesse engatar. Claro que não foi difícil.

O primeiro bar que conhecemos foi algo interessante. Era um bar com quarto escuro. Resolvemos entrar para que ambos víssemos. Eu já conhecia o tipo de bar, mas meu menino ainda não. E nunca havia estado com um namorado. Entramos de mãos dadas e com a “amiga” a fazer-nos companhia. Uma leve luminosidade permitia apenas vermos silhuetas e o caminho a seguir. Tão depressa como entramos, assim saímos.

Fizemos uma pausa e resolvemos entrar novamente os três. Segundos depois de termos entrado, perdíamos a companhia da nossa “amiga”. Resolvemos parar pouca mais à frente e, de repente, o meu menino resolve ajoelhar-se e começar a meter a boca junto do meu monumento de prazer. Rapidamente ele começou a crescer e mais rápido ainda, resolveu dar-lhe liberdade para respirar. E, sem demoras, mete-o na boca, proporcionando-me sensações indescritíveis que só ele sabe.

Mas durou pouco tempo, pois rapidamente senti uma mão (ou outra coisa qualquer, que prefiro nem pensar) a aproximar-se e quis logo sair dali.

Tomamos uma bebida, esperamos um pouco pela “amiga” e, como demorava tanto, resolvemos entrar apenas para a chamar ou informar que íamos embora e quando damos por ela, estava encostada a uma parede com um pela frente e outro por trás, completamente divertida.

Fomos para o hotel e resolvemos fazer amor, uma vez que estaríamos juntos em casa por bastante tempo.

Foi uma noite longa de sexo.

Foram umas ferias óptimas. Tivemos, entre outras, algumas experiências sexuais interessantes. Desde estarmos a fazer amor num pontão na praia à noite e aproximar-se um casal, passar por nós, dizer boa noite em inglês, sentar-se muito próximo de nós e começarem a fazer o mesmo que estávamos e continuávamos a fazer. Mas passados alguns minutos resolveram parar, revestirem-se e ir embora, passando novamente por nós e disseram “sorry”, como se nos tivessem interrompido algo. Contrariamente ao que me conhecia, aquilo nada me incomodou.

A outra situação interessante, foi uma tarde, depois de almoço, resolvemos ficar no quarto para descansar, mas o descanso tornou-se num sexo intenso e longo de quatro horas. Enquanto a nossa “amiga” estava no terraço do apartamento, a beber e a ouvir musica, tendo de subir o volume ao máximo por causa dos nossos gemidos, nós não dávamos conta do estava a acontecer nem o que se passava na rua. Quando terminamos e resolvemos vir para o terraço fumar um cigarro, os nossos vizinhos do apartamento de cima, estavam todos na varanda e começaram a bater palmas quando saímos do quarto.

Parece que a nossa sessão de sexo foi auditivamente acompanhada pela vizinhança.

Foram as nossas primeiras ferias e descobrimos que teríamos de escolher bem as amizades com quem ir de ferias. Não por não gostarmos da nossa “amiga”, mas porque as maturidades não eram compatíveis.

Mas, no regresso, mal sabíamos o que nos esperava no “nosso cantinho”.