15 novembro 2006

Os tempos passavam e nós encontrávamo-nos apaixonados. Pelo menos era o que pensávamos. Vivíamos naquela casinha nos arredores da cidade. A vizinhança era simpática, felizmente. Umas vezes falavam com ele e referiam-se ao “seu primo” outras vezes, o “seu amigo”, mas rapidamente perceberam o que éramos. Não era difícil.

Vivíamos juntos. Trocávamos de carro muitas vezes, assim como de camisas e casacos. Não seria difícil perceber.

Tudo parecia correr bem. Os meus, agora nossos, amigos visitavam-nos. Nós a eles. Mas havia sempre algo que era capaz de destruir toda aquela aparente felicidade. Um telefonema despropositado dum ex dele, que apesar de saber que ele havia “casado”, insistia em tomar um café, em dar “uma volta” em ir a “umas festas”…

Aquilo dava cabo de mim em três tempos. Mais me incomodava o facto dele atender as chamas e ser simpático. Ou, mais ainda, nem sequer sem assertivo ao ponto de lhe dizer algo parecido com “estou casado… não estou disponível… não me ligues mais… ou, simplesmente, deixa-me em paz!”

Até que um dia tive de ser eu a fazê-lo. Num belo domingo ao almoço em que o meu menino sai para almoçar em casa dos pais. Aproveitei para ligar ao outro, que também me conhecia muito bem, embora não tenha nunca tido nada comigo.

Como ele não tinha o meu número de telefone, liguei. Fui cordialmente atendido e identifiquei-me “olha lá, não sabes que o J. está comigo? Não sabes que é casado?”

Gostaria muito de ter visto a cara dele. Senti que ficou constrangido com o meu telefonema. Nunca pensou que eu fosse capaz de o fazer. Respondeu que sim que sabia, ao que retorqui com um “e não tens vergonha de fazeres o que estas a fazer? Gostarias que te fizessem o mesmo? Agradeço que pares por aqui ou te garanto que as medidas seguintes serão muito piores para ti. Não te esqueças que eu não tenho nada a perder”

Obviamente que eu não tomaria nenhuma atitude mais drástica que confrontá-lo pessoalmente, mas aquela última frase resulta em 95% dos casos quando o outro sabe que não tem razão; transmite segurança nas nossas palavras e provoca algum receio do outro lado.

4 Comments:

Blogger RP said...

Bem, não se metam com o que é teu :P

5:35 da tarde  
Blogger eskimo friend said...

foste tu assertivo por ele... a (auto)gestão de amizades é saudável, quando é possivel. quando n é possivel o melhor é cortar contactos. não sei qual é o caso, porque esta história é contada na primeira pessoa do singular, mas discordo por completo da tua atitude. n era ao outro gajo que devias dizer essas coisas mais sim ao teu.

9:01 da tarde  
Blogger Blog Jotha Design said...

Fala ae meu camarada, olha, nao sei se faria isso. E seu namorado ficou sabendo depois? bçao

5:27 da tarde  
Blogger Calouro said...

Estou sempre a passar por aki! Muito maneiro o seu blog! Abçs amigo

9:24 da tarde  

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