02 novembro 2006

As seguintes vezes que contei...

Outras foram as reacções de outras amigas. Claro que estavam relacionadas com as personalidades das mesmas.

Quis ir contando gradualmente a cada uma delas, àquelas a quem sempre tive em grande consideração. Em quem sempre confiei. Com quem sempre contei para tudo.

E a segunda escolhida foi a C. é mais nova que eu alguns anos. Ambos estávamos em Lisboa a trabalho. Resolvemos tomar um café ao final de tarde. Deu-me hipótese de sugestão e escolhi o melhor local para o acontecimento: a passarelle dos gays ao final do dia. Chiado.

Estivemos sempre rodeados pelas malucas que tanto gostam de se exibir e aos seus adereços rascas, mas que aparentam (ou tentam aparentar) serem Christian Dior e afins.

Deixei-a falar de todos os problemas que passava com o namorado e, no momento oportuno, quando ela referia os ciúmes que ele tinha a meu respeito, soltei: diz-lhe que sou gay e ele vai parar de implicar. Obtive uma resposta tão banal, que tive de repetir: “amiga, estou a tentar dizer-te que sou gay”

Acho que nunca na vida o meu braço tinha sido tão apertado por uma mão. Qual criança feliz por receber um presentão… “A sério?...não acredito… que fixe… tenho um amigo gay…” tudo isto em verborreia catársica ao mesmo tempo que o meu braço era triturado pela alegria e força da sua mão.

Claro que surgiram todas as questões (algumas inconvenientes) de uem queria saber tudo: “e levas ou dás?... e gostas de sexo oral?... de fazer ou receber…?”

Convidei-a para tomar uma bebida no final da noite, num bar gay de Lisboa, para que a conhecesse. Foi mais uma experiência deliciosa com a minha querida C. que esteve todo o tempo a observar os movimentos à sua volta e comentado pequenos pormenores como a beleza da maioria dos homens que pelos olhos dela iam passando, pelo desperdício que eles eram, pelos rabos perfeitos que mostravam…

Na saída elogiou a existência de espaços como aqueles, onde podíamos estar descontraidamente sem esconder o que somos, nem sermos apontados. Só uma pequena coisa a incomodou: “ninguém olhou para mim!”. Foi delirante ouvir este comentário de alguém esteticamente bonito, atraente, charmosa e habituada a que todos os homens para ela olhassem.

Depois desta amiga outras foram as que tiveram o privilégio de conhecer toda a intimidade da minha vida. Todas reacções foram muito positivas e agradáveis. A proximidade que conquistei foi de tal ordem enorme, que hoje penso muitas vezes que se voltasse atrás no tempo faria um jantar de grupo em casa com todos e no final contaria a todos ao mesmo tempo.

O melhor de tudo é que todos esses amigos continuam e sê-lo cada dia mais. E faço parte da vida deles como família.

9 Comments:

Blogger eskimo friend said...

agradeço a visita à minha beira e espero que passem lá mais vezes.e já agora como descobriram o blogue?
espero passar aqui mais vezes tb.
abc

6:40 da tarde  
Blogger Blog Jotha Design said...

Meu camarada, é mto bom vc ouvir coisas positivas como essas. Qdo eu contei pra alguns amigos e amigas heteros, eles nao ligaram por varios motivos, sempre fui amigo, e acho que aquilo nao interrompia em nada, se cuida.

bçao e visite meu blog.

8:49 da tarde  
Blogger Garoto Rebelde said...

Hello amigow?!

Gostei do seu post e vivenciei algo do tipo,quando contei para meu melhor amigo,ele nao me desprezou por minha escolha nem me julgou,foi super amigo mesmo.
Mas eu me sentia mal com tudo aquilo me sentia um lixo,ate me acostumar com a ideia e ver que ser assim e super legal tbm.

abrçs.

5:19 da manhã  
Blogger eskimo friend said...

andei a ler o teu blogue. gostei. não costumo ler coisas muito longas mas simpatizei com as vossas histórias. quanto a respostas mais pessoais prefiro não faze-las em caixas de comentários. se quiseres podemos falar por mail. o meu está disponivel no meu blogue. abc. nb

8:15 da tarde  
Blogger Rui said...

obrigadinho pah, ainda bem que gostaste/gostaram.
bjoka*

8:42 da tarde  
Blogger Dual Life said...

Com certeza parece ser essa a situação a que todos os jovens como eu querem passar. É muito bom saber que há pessoas receptivas e amáveis frente a um aspecto tão delicado de nossa vida.
Espero um dia ter amigos ou amigas com os quais eu sinta tal confiança para revelar tão importante segredo. Atualmente sinto-me como em uma ilha. O lado bom, porém, é que estou nela com meu namorado. E apenas.
E eu também fico pensando seriamente no dia em que contar não será um problema a mim. Nunca pensei tanto como nos dias atuais. Acontece que na minha mente impoem-se muitas condições, com independência e outros pontos.
Contudo, fico feliz pelos momentos bons que viveste!
Abraço!

10:27 da manhã  
Blogger eskimo friend said...

então é este o meu mail:
aminhabeira@gmail.com

1:32 da tarde  
Blogger | D! said...

BEla COnclusão.. “ninguém olhou para mim!”.
|
Sorrisos.. eve ter sido traumatizante para Ela.. No Demais Como ja Disse.. é Bom Contara Pessoas amigas sobre Aquilo Que sentimos, sem precisarmos, nos esconder.. ou parecermos pessoas assexuadas.. "Estou amando uma pessoa.." Não Querida na verdade Estou Amando Um Homem.. Sorrisos.. beijos Queridos e se joguem!

5:12 da tarde  
Blogger o_ParaKedista said...

Lol,boa! Sinceramente, não saberia como ou quando dizê-lo... Ah, e obrigado pelas tuas visitas. Também curto muito o teu blog! Hugz

3:14 da tarde  

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